alquimia
2016 Uma metamorfose que parte do primeiro local onde se habita, o corpo próprio manifesto e único. A integração de um ser misto, metade-corpóreo, metade-incorpóreo, corpóreo-incorpóreo, numa correspondência mimética. Habitar exige a pessoalidade individual em todos os parâmetros do humano e exige a autonomia da identidade única e relacional pertencer às condições de existência que são submetidas às normas e raízes do lugar. Com a fotografia procura-se, sobretudo, a capturação da auto-percepção do corpo num registo performativo do momento em que se desmaterializa, se abandona enquanto substância, edificando-se e consolidando-se, assumindo cantos e recantos, submergindo dum involucro ou vivendo o interior quente duma linha curva, formando um todo sem forma, confundível e transfigurado no espaço que assume. A partir da consciencialização percepcional do corpo torna-se viável a apropriação do espaço em redor; percepção essa que engloba a pluralidade dos sentidos, a convocação de todas as substâncias pessoais com e sem forma. Numa alquimia secreta, com um prazer quase sonoro, deixando no seu rasto uma sinfonia aguda de um encontro a dois. |