três mulheres
fotografia / performance 2016 Despimo-nos quando deixamos de ter medo de olhar para dentro de nós. Nesse momento em que nos vemos, confrontamo-nos com nós próprios ou com as nossas representações? Três mulheres. Três gerações. Um confronto com os três tempos. Um diálogo entre um corpo feminino, manifesto próprio, primeiro lugar onde se reside, e uma memória. A Europa. Uma casa definida pelas mulheres que a habitam. Parte-se de momentos e identidades, reais ou do imaginário colectivo, provenientes das memórias de três. No tempo imediato desta encenação habitada, evoca-se um espaço, um tempo para se adaptar e estar, um tempo para a compreensão e apropriação dessa memória em que o corpo se expande, em que o corpo se contrai; em que alguém está, em que alguém é, nos submetendo às normas e raízes do que nos recordamos. Três mulheres despem-se para ser Europa. Três mulheres interrompe-nos num percurso suspenso, arbitrário, assim como se nos depara um pensamento. Quer seja através de uma armadilha poética de Godard, de um cigarro que se fuma com Simon e Beauvoir ou de um convite para dançar. Num encontro com Electra de Ésquilo ou com a mulher que Picasso pinta a engomar. No café Müller ou na praça onde Joana D’ Arc foi executada. Interrompe-nos sobre a nossa pele e dentro das nossas feridas. |